Na Lista Mundial da Perseguição 2020, a pontuação do Sri Lanka chegou a 65. Com o aumento de sete pontos, o país foi para a 30ª posição no ranking. Quase seis pontos desse aumento são por causa da pontuação da violência, em que o país chegou ao nível máximo devido aos cristãos mortos pela fé nos ataques no domingo de Páscoa, em 2019. A pressão aos cristãos aumentou na vida privada e família, principalmente para convertidos ex-budistas, ex-muçulmanos e ex-hindus.

Em geral, a pressão sobre os cristãos no Sri Lanka permanece em um alto nível, subindo de uma pontuação de 10,3 em 2019 para 10,4 em 2020. A pressão é mais forte nas esferas da vida privada, comunidade e nação. Ser afetado como nação é típico para cristãos em um país que tem como principal tipo de perseguição o nacionalismo religioso. Enquanto nas esferas da vida privada e comunidade as dificuldades enfrentadas estão relacionadas à conversão ao cristianismo de outras religiões e aos ataques constantes às igrejas devido à suposta falta de licença.

A esfera igreja também mostra um alto nível de pressão, refletida em numerosos incidentes onde grupos, frequentemente liderados por monges, apareceram em frente às igrejas, com frequência apoiados por oficiais locais, perturbando cultos e exigindo que elas sejam fechadas. Com relação à violência, os números subiram de 7,0 em 2019 para 13,1 em 2020, refletindo os ataques ocorridos no domingo de Páscoa, em 2019.

A realidade dos cristãos
Igrejas evangélicas e independentes não podem realizar casamentos em seus prédios, o que geralmente é permitido nas igrejas no Sri Lanka. Convertidos enfrentam discriminação e assédio, mas geralmente são colocados sob pressão para se divorciarem. Entretanto, a negação ou perda dos direitos de herança é uma das ameaças mais comuns para tentar trazer um novo convertido de volta para a antiga fé. Se essa ameaça não for bem-sucedida, os convertidos perdem a herança e, em alguns casos, todos os laços com a família são cortados. Apesar desses desafios, a mudança da religião na identidade ou passaporte geralmente é isento de problemas. É por isso que a pontuação para a família é baixa comparada a outros países. O batismo enfrenta oposição, principalmente se é realizado em público.

Convertidos, geralmente, têm acesso negado ou tardio aos recursos comunitários, como poços e eletricidade. Às vezes, negócios comandados por cristãos são alvo de boicote pelos clientes. Houve diversos incidentes relatados em que cristãos em áreas rurais foram tirados dentre os membros de sociedades de fundos funerários. Essas sociedades são formadas nos vilarejos e são importantes para a realização de enterros. Depois dos ataques no domingo de Páscoa, em abril de 2019, diversos pastores foram visitados por policiais e agentes da inteligência e convocados para encontros na delegacia. Mais detalhes sobre membros da igreja foram pedidos a eles sob o pretexto de oferecer proteção para as reuniões. Entretanto, na maioria dos casos a proteção policial prometida não se cumpre.

Os poucos cristãos que estão em posições governamentais ou trabalham com o governo experimentam discriminação dos nacionalistas. Cristãos são retratados negativamente na mídia. Há um padrão comum antes de ataques violentos: os responsáveis soltam falsas acusações para a imprensa, por exemplo alegando que o pastor está fazendo conversões forçadas, o que justifica o ataque. Em muitos casos, cristãos e organizações cristãs de direitos humanos são acusadas de criar “desarmonia social”.

Perseguição por gênero
Por razões culturais, mulheres que se convertem encontram mais dificuldade para manter a fé do que homens. Além disso, mulheres e meninas são com frequência alvo de regras de vestuários e tradições. Se as mulheres convertidas vêm de um contexto muçulmano, correm muitos riscos de serem forçadas a se casar com um muçulmano. No caso de a perseguição envolver qualquer tipo de assédio sexual, na maioria das vezes, isso é considerado vergonhoso para toda a família. Isso também impacta as perspectivas das garotas com relação a casamentos na vila.

Já a perseguição de homens e meninos afeta geralmente o sustento das famílias cristãs. Especialmente em comunidades rurais, os homens são chefes de família, então, quando perdem o emprego ou a renda, isso afeta as finanças de toda a família. Isso pode acontecer até mesmo anos depois do incidente de perseguição. Pastores e líderes de igrejas com frequência são alvos de incidentes de intimidação e violência, sendo forçados a fugir ou se esconder, e resultando, às vezes, em longos períodos de separação de suas famílias.

Pedidos de oração

  • Ore pelos pastores no Sri Lanka que são ridicularizados e frequentemente perturbados pelos vizinhos por conduzir os cultos.
  • Peça por proteção legal para os pastores no Sri Lanka, peça que não sejam abusados ou intimidados pelo governo.
  • Interceda pelo Sri Lanka, para que a aceitação das minorias no país permaneça.

Fonte: Portas Abertas

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