Vikas* é líder de uma igreja na Índia. Ele realizava um pequeno encontro de oração em sua igreja, onde orava por aqueles que estavam em busca de cura. De repente, três policiais interromperam o culto dizendo: “Você está convertendo pessoas ao cristianismo. Você fala contra nossos deuses e deusas”. Para alguém no Brasil, essa situação pode parecer ultrajante. Por que a polícia deveria interferir se pessoas estão se convertendo para outra religião? Na nossa mente não deveriam existir leis proibindo as pessoas de escolherem a própria fé.
Apesar disso, histórias como essa se tornam cada vez mais comuns na Índia. Enquanto a Constituição declara que a Índia é um país secular, oito estados do país têm leis anticonversão e há um rumor sobre a introdução de tais leis em toda a nação. Elas foram usadas para abrir um número significativo de casos contra minorias religiosas nos últimos anos, e apesar de poucos serem condenados, isso mostra como são usadas para atingir as minorias religiosas.
Na Índia, cristãos com frequência são acusados de forçar a conversão de pessoas simplesmente por praticarem os costumes de sua fé, assim como realizar encontros de oração ou cantar canções natalinas. No caso de Vikas, ele conseguiu se defender das acusações policiais ao dizer: “Pergunte às pessoas que estão aqui. Eu não as forcei a se tornarem cristãs. Essas pessoas precisam de cura, por isso vieram aqui”. Muitos testemunharam que se tornaram cristãos ao serem curados.
A polícia deixou o local ao perceber que ninguém testemunharia contra Vikas. Porém, o problema não acabou aí. Pouco após a polícia sair, um grupo de jornalistas entrou no prédio e começou a questioná-los sobre as conversões ocorridas. Depois escreveram histórias acusando Vikas de enganar as pessoas para que se convertessem ao cristianismo.
Vikas foi acusado novamente e, dessa vez, de forma mais séria. “Certa noite, estava conduzindo uma reunião de oração onde havia cerca de 50 pessoas que foram para ser curadas. Eu orei por elas”.
Foi quando a polícia chegou usando alto-falantes, para fazer Vikas parecer perigoso. Alto-falantes são usados pela polícia na Índia apenas quando está em busca de criminosos violentos com objetivo de avisar as pessoas que tomem cuidado.
“Os policiais me levaram para a delegacia e me colocaram na prisão. Eu fiquei realmente triste quando isso aconteceu, mas não desencorajado. Eu me mantive orando: ‘Senhor, tu não permitiste que Paulo permanecesse na prisão, então eu creio que tu podes me soltar também. Por favor, não deixe que meus irmãos e irmãs se sintam sem esperança por eu estar aqui’.”
Naquela noite, alguns membros da igreja entraram em contato com parceiros locais da Portas Abertas. Eles conseguiram fazê-lo sair na manhã seguinte sob fiança. A polícia queria prestar queixa, mas não fez. Vikas explicou: “Se vocês não estivessem lá por mim, eles provavelmente teriam prestado queixa. Ninguém estaria lá para lutar por mim”.
*Nome alterado por segurança.
Saiba por quem orar
Depois do ocorrido, Vikas participou de um seminário de preparação para a perseguição. Foi quando ele percebeu que não eram apenas os colaboradores locais que estavam lá por ele, mas compartilhou que as orações de parceiros em todo o mundo são também uma grande fonte de conforto e encorajamento. “Depois do treinamento, percebi que há muitas pessoas perto de mim. Agradeço por suas orações. Eu agora encorajo pessoas sabendo que não estou sozinho e elas também são apoiadas por suas orações.”
Fonte: Portas Abertas