Três cristãos são os primeiros a enfrentar acusações sob o novo código penal do Irã. Amin Khaki, Milad Goodarzi e Alireza Nourmohammadi, que vivem em Fardis, perto da capital Teerã, foram acusados no início deste mês de “se envolver em propaganda que educa de forma desviante contra a religião do islã” por causa de atividades cristãs.
Eles tiveram que pagar fiança de cerca de 12 mil dólares e foram orientados a se apresentar semanalmente à polícia. A acusação é baseada no artigo 500 do código penal alterado, que foi assinado pelo presidente do Irã em fevereiro. As mudanças foram contestadas por grupos de direitos, que haviam alertado que o código alterador poderia ser usado para colocar minorias não reconhecidas, como os cristãos, sob mais pressão. Tanto o artigo 500 como o 499 já são usados regularmente na acusação e condenação de cristãos.
Não é a primeira vez que Khaki, Goodarzi e Nourmohammadi estão no radar dos serviços de segurança do Irã. Em 2019, eles foram condenados à prisão por “propaganda contra o Estado”. As novas acusações seguem uma série de ataques em casas e outras nove famílias cristãs em Fardis. Enquanto ninguém foi preso, pertences pessoais, incluindo literatura cristã, foram confiscados.
Em janeiro e fevereiro deste ano, a polícia convocou um membro de cada família para interrogatório e lhes disse para assinar um documento prometendo não se encontrarem, socialmente ou para atividades religiosas, pessoalmente ou on-line. Quando os cristãos se recusaram, foram ameaçados com longas sentenças de prisão e aconselhados a deixar o país. A pressão também é aplicada de outras formas, incluindo ameaças de restrições ao emprego.
“Os cristãos iranianos são rotineiramente solicitados durante os interrogatórios a assinar compromissos de não se reunir em igrejas domésticas, mas esse foi o primeiro exemplo conhecido de funcionários da inteligência exigindo que eles assinem um compromisso de não ter mais compromissos sociais juntos, incluindo on-line”, relatou o portal Article18.
Fonte: Portas Abertas