O exército do Sudão e a oposição civil concordaram em um acordo de poder compartilhado, mas não há sinais de que trará qualquer alívio imediato para a Igreja Perseguida no país, disse representante da Portas Abertas. O acordo seguiu a assinatura de uma declaração constitucional no começo deste mês que inclui a criação de um novo conselho governamental. Esse terá representantes militares e da sociedade civil, que governarão até que eleições gerais sejam realizadas. No dia 22 de agosto, o economista Abdalla Hamdok, foi escolhido por grupos da sociedade civil para tomar posse como primeiro-ministro.

Esses acontecimentos são parte da transição para um governo civil. Foram meses de agitação após a destituição do antigo presidente Omar al-Bashir, em abril, depois de 30 anos no poder. O acordo foi recebido por milhares de sudaneses, que foram às ruas celebrar. Isso é visto como resposta de orações, de acordo com representante da Portas Abertas. Mas, ele também expressou preocupações: “Nós apelamos à comunidade internacional que fique atenta às implementações ligadas ao acordo e que use sua influência para garantir prestação de contas de todos”.

Um analista disse à emissora Al-Jazeera que há um desconforto no país, já que muitos dos responsáveis por repressões violentas a protestantes permanecem no poder. Já para a igreja, a situação provavelmente permanecerá difícil para os cristãos sudaneses, disse o representante da Portas Abertas. “Especialistas de campo continuam preocupados já que até agora nada nos convenceu de mudança no cenário da perseguição. Um exemplo disso, é a reabertura do caso judicial contra líderes da Igreja de Cristo do Sudão e pessoas de influência que pedem pela implantação da sharia, lei islâmica”, explicou.

Cristãos e igrejas no Sudão têm sido alvo de esforços concentrados do governo para apagá-los do cenário do país. Prédios de igrejas foram demolidos, líderes cristãos expulsos e detidos, e propriedades ilegalmente ocupadas.


Fonte: Portas Abertas

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